Jornalista e criador do Correio Braziliense, Hipólito da Costa, morre em Londres aos 49 anos.
O criador de Correio Braziliense, também conhecido como Armazém Literário, era responsável pela pesquisa, escrita, tradução e edição do material que inseria no Correio.
O jornal, que era dirigido ao mundo luso-brasileiro, escrito em Londres e importado para o Brasil, possuia as seções de Política (com informações de documentos oficiais); Comércio e Artes (com informações sobre o comércio); Literatura e Ciências (com notícias e críticas sobre obras científicas); Miscelânea (com assuntos diversos); Notícias do Brasil e Portugal.
O Correio Braziliense foi favorável aos princípios liberais, ao fim do trabalho escravo e à liberdade de opinião.
Lápide no Jardim do Museu da Imprensa, em Brasília/DF
31 de dezembro de 1822
Chega ao fim a Gazeta do Rio de Janeiro
Após 7.495 páginas de informação, chega ao fim a publicação da Gazeta do Rio de Janeiro.
Será publicado amanhã o primeiro jornal do Brasil: Gazeta do Rio de Janeiro
A Gazeta do Rio de Janeiro contará com conteúdo variado, além de anúncios, notícias do exterior e das províncias, capítulos de novelas e assuntos de natureza comercial e cultural.
Os exemplares serão vendidos na casa do mercador de livros Paulo Martin Filho, no fim da rua da Quitanda, ao preço de 80 réis.
A proposta do jornal, que tem como redator o frei Tibúrcio José da Rocha, servidor da Impressão Régia, será fazer um jornal semanal, que com o tempo de veiculação se tornará trissemanal.
1808
Impressão tipográfica chega ao Brasil
Depois de percorrer a Europa, Inglaterra, França, Portugal e Espanha, a tipografia chega ao território brasileiro e aqui se instala, com a ajuda da família real portuguesa. A primeira casa de impressão do Brasil, Impressão Régia, irá fazer impressões de alvarás, sermões, livros, cartas de baralhos e as mais diversas obras.
Janeiro de 1746Instalada primeira oficina completa de tipografia no Brasil
A convite do governador do Rio de Janeiro, o português Antônio Isidoro da Fonseca instala oficina no Rio de Janeiro que imprime folhetos e livros. O interesse do governador é estimular a vida intelectual da cidade.
Maio de 1747
Governador do Rio é ordenado por Lisboa a fechar tipografia
O período colonial não permite que textos escritos no Brasil sejam impressos fora da Europa. Em virtude do fato, as autoridades de Lisboa ordenam que a tipografia seja fechada hoje.
1455
Técnica revolucionária deixa igreja em xeque
Com o intuito de expandir a impressão de livros, Johannes Gutenberg cria a prensa do tipo móvel de metal - mais durável e resistente, se comparada à prensa inventada pelos coreanos.
Embora a invenção já tenha sido explorada pelos chineses e coreanos na Antiguidade, a invenção é revolucionária porque utilizará tinta a base de óleo, que permitirá maior aderência na prensagem, ao invés da tinta à base de água. Esse método é mais duradouro e resistente do que os já existentes, em madeira. A invenção permite a produção em massa de livros e jornais e tenderá a transformar a cultura ocidental.
A igreja está mostrando preocupação com a invenção, pois Gutenberg está permitindo a expansão do conhecimento, como diz o jornalista e pesquisador, Walter Lima. "A prensa está sendo revolucionária, pois está levando a um fator social histórico, que é a ruptura entre a igreja e Estado. Isso é monumental", diz Lima. O jornalista Ricardo Anderaos observa que a imprensa está possibilitando a difusão da informação impressa, mesmo nesse momento, para um número restrito de pessoas. "Se você acompanhar a informação escrita, exige que a pessoa tenha um grau de atenção e de preparação, para poder absorver essa informação", avalia Anderaos.
Definitivamente, com a invenção do gênio Gutenberg, o mundo nunca mais será o mesmo. Livros contados aos milhares estão dando lugar a poucas centenas de livros copiados à mão.
Página da Gênesis, da bíblia de Gutenberg (Meggs, 1983)
Prensa de Gutenberg
Crédito da imagem: Reprodução
Walter Lima, jornalista, professor e Doutor em Jornalismo Digital, discute a importância de Gutenberg para a evolução tecnológica e a expansão do conhecimento
De volta ao presente...
Discussões sobre o papel e a imprensa
Pensarmos no impresso hoje nos faz refletir sobre vários assuntos emergentes na atualidade. Primeiro, a questão do papel. Em um mundo em que se discute a questão da sustentabilidade e da preservação dos nossos meios naturais, em que se discute questões ecológicas, como pensar em indústria de papel?
"A indústria da produção de papel é uma das indústrias mais violentas no sentido químico que existe; ecologicamente, nem precisa dizer, além da tinta", avalia o jornalista Walter Lima. Segundo ele, a logística do transporte do papel também custa caro, tanto que, para distribuir um jornal na cidade de São Paulo, a cada dia sua edição tem que fechar mais cedo, caso contrário não se conseguirá distribui-lo. Todo esse processo é bastante custoso.
"Eu estou em qualquer lugar, a baixo custo, e em tempo real", explica Lima, referindo-se ao que é digital e comparando-o ao que é impresso. E acrescenta que o impresso não deve morrer, como muito se é discutido, mas que deverá ir pra outra plataforma. "O que vai morrer é o papel, mas a linguagem dele não", diz.
Para o futuro do impresso, ele acredita que teremos uma plataforma flexível que poderemos acessar no metrô, dentro de um táxi, e que será carregada via wireless.
A jornalista Nancy Ramadan acredita que os meios tradicionais, como o papel, estão perdendo cada vez mais leitores para a web, e que isso só tende a crescer. Ela também não vê expansão para o impresso devido ao problema ecológico, e diz que a geração nova já vem habituada com a leitura em tela. "É um local também que se pode mais rapidamente comentar alguma coisa, enviar para outras pessoas", analisa Ramadan.
Já o jornalista e diretor do E-Band, do Grupo Bandeirantes de Comunicação, Ricardo Anderaos, acredita que essa discussão do fim do impresso seja uma grande bobagem, pois o jornal tem grande expressão desde a Revolução Francesa. " O que acontece é uma dieta de mídia. Hoje em dia você acorda com o seu despertador, que é seu telefone celular e seu rádio também; aí você já começou sua dieta de mídia. Você pega seu jornal no café da manhã, depois vai pro trabalho, onde você pode estar ouvindo um rádio ou assistindo a uma tv digital. Daí você chega no trabalho e conecta o computador... Enfim, ao longo do dia você tem diversos veículos que se interagem de uma determinada forma, e todos eles se complementam", reflete Anderaos. Para ele, temos que pensar que todas as mídias se acumulam, e temos que buscar a interação entre esses veículos e meios. Aí está o desafio.
A jornalista Nancy Nuyen Ramadan fala sobre as dificuldades de se fazer jornalismo antes da era da internet.
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