Um meio de entretenimento? Pode-se ouvir música, e o som pode chegar em vários lares, por meio de transmissão sem fios. A caixa radiotelefônica possui amplificadores e alto falante já acoplado à caixa.
A tecnologia para o rádio se desenvolve com as pesquisas de ondas eletromagnéticas no século 18 a partir dos avanços obtidos com o telégrafo e o telefone. Com ele será possível enviar uma mesma mensagem para centenas ou milhares de pontos de recepção.
O aparelho representa um marco na história, e um grande avanço dos meios de comunicação já existentes, sendo mais uma nova tecnologia voltada ao lazer e ao consumo da sociedade.
Segundo a professora de comunicação e letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Lenize Villaça, o rádio representa uma grande revolução, pois é possível unir meio de comunicação com educação, por meio das ondas hertzinianas. "É o primeiro meio eletrônico de comunicação, isso permite fazer história, e cria um marco na comunicação humana", reflete Villaça.
Crédito da imagem: reprodução do livro A Era do Rádio, Lia Calabre, 2002
O homem que revoluciona e transmite a voz humana
Roberto Landell de Moura é considerado o pai brasileiro do Rádio. Pioneiro na transmissão da voz humana sem fio, sua primeira experiência no estudo da propagação do som, da luz e da eletrecidade acontece em São Paulo, em 1893.
Padre gaúcho Roberto Landell de Moura
Rádio no Brasil
Espanto e curiosidade, o rádio chega ao Brasil
07 de setembro de 1922
População brasileira conhece o rádio
Quem esteve lá não vai se esquecer da cara de espanto das pessoas, já que por meio do rádio não é possível vê-las. Não foram apenas os festejos do Centenário da Independência Brasileira que se foi comemorado, mas também a primeira transmissão radiofônica no Brasil.
O presidente da República, Epitácio Pessoa, discursou e teve sua voz transmitida por um sistema de radiotelefones em forma de cornetas, juntamente com trechos da ópera O Guarany, de Carlos Gomes, no Teatro Municipal. O som do evento foi captado no Palácio Monroe, no palácio do Catete, nos ministérios, em Niterói e na prefeitura de Petrópolis.
20 de abril de 1923
Primeira emissora de rádio no Brasil é do Rio de Janeiro
A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro é a primeira emissora de rádio do país, que será organizada graças aos esforços de Edgar Roquette Pinto e Henrique Morize. A finalidade do rádio será cultural e educativa, e serão transmitidas óperas, músicas eruditas, e textos instrutivos.
1935
Assis Chateaubriand inaugura rádio
A rádio Tupi do Rio de Janeiro é a primeira emissora de rádio do grupo dos Diários Associados, de propriedade de Assis Chateaubriand.
Rio de Janeiro, 28 de agosto de 1941
Rádio Nacional transmite Repórter Esso
O primeiro a dar notícias
Acaba a leitura de textos no rádio. O Repórter Esso surge para ser a testemunha ocular da história.
Com modo próprio de falar e escrever para o rádio, o novo telejornalismo promete revolucionar as notícias, com vinheta de abertura de Pixinguinha e regida pelo Maestro Haroldo Barbosa.
Novos tempos para o rádio brasileiro
A audiência do rádio está sendo dividida com a imagem. Sim, com a imagem. A população agora está se voltando aos encantos não apenas do som, mas às imagens que a televisão proporciona.
Grandes novidades do rádio, como as radionovelas, os programas humorísticos, de calouros e o Repórter Esso, estão sendo transferidas para a televisão, que aos poucos vai colocando um fim aos "anos dourados" do rádio.
Segundo a professora de comunicação e letras Lenize Villaça, o rádio está esvaziado e sem rumo devido à migração para a televisão de seu elenco e funcionários. Para ela, no entanto, isso tem um lado positivo, pois permite que o rádio saia da "zona de conforto" e pense em novos formatos e programas.
Segundo o jornalista e mestre em comunicação e mercado, Álvaro Bufarah, um dos maiores problemas que o rádio enfrenta é a urgência para a melhora da qualidade profissional. É necessário melhorar a estrutura e a formação profissional, além de maior investimento profissional, observa Bufarah. “As pessoas se preocupam em inventar o que já tem, elas têm que se preocupar em fazer rádio, simplesmente”.
Devido a censura imposta pelo regime militar e o crescimento da audiência da televisão, o Repórter Esso chega ao fim. Ouça a última, e emocionante, transmissão radiofônica do Repórter Esso.
De volta ao presente...
Atualidades do rádio: convergência, interatividade, entretenimento, rádio digital e sobrevivência
Ao pensarmos nos Anos Dourados do rádio brasileiro - programas de auditório, radionovelas, músicas, radiojornalismo, somos remetidos a uma época nostálgica que deixa saudades até para quem não a viveu.
Hoje a discussão é sobre convergência de mídias. Não apenas no rádio, mas com todos os meios de comunicação. A convergência permite que todos os meios sejam distribuídos e apresentados em uma única plataforma, como é o caso dos computadores e dos celulares. Isso demanda transformações profundas na forma como as pessoas consomem notícias, e como interagem com elas, além de outras séries de discussões sobre o polêmico assunto.
Outro assunto bastante abordado é a questão da interatividade e do entretenimento. O rádio trabalha bastante tais questões. "O entretenimento é trabalhar com ouvintes, com premiações e brindes, mas a questão de interatividade é pouco trabalhada, pois demanda uma mão dupla de comunicação entre emissor e receptor, e isso não acontece no Brasil", diz a professora Lenize Villaça. Para Álvaro Bufarah, trabalhar com entretenimento no rádio perde-se em qualidade para se ganhar num "sistema pastelão", o que a gente chama tecnicamente de vitrolão. Ele acredita que os rádios tenham muita música e pouco conteúdo efetivo, e é isso que ele chama de entretenimento.
Rádio digital é um assunto também considerado pelos profissionais. Para a professora Lenize, quem sai ganhando com essa proposta é o rádio AM, principalmente no que se refere à melhora do som, pois no Brasil não se discute ainda a questão de se trabalhar com interatividade no meio digital do rádio. Álvaro também avalia que com a implantação do rádio digital no país as rádios AM são benefiadas, pois a qualidade do áudio é ruim, e ostenta um perfil de ouvintes mais velhos.
Já sobre a discussão sobre o desaparecimento do rádio em virtude da força da internet, Álvaro acredita que isso não ocorrerá na atual concepção em que o rádio se encontra, mas sim que deverá migrar para uma nova plataforma. A profissional Lenize também acredita que o rádio não vá desaparecer, devido à realidade brasileira, limitada ainda a uma pequena parcela da população que tem computadores e acesso à internet. "Na minha opinião o radio não vai morrer, por conta das classes sociais existentes no Brasil (A,B,C,D,E); Ele não vai sumir, ele tende a se modernizar", acredita Villaça.
Álvaro Bufarah faz uma análise sobre o rádio na web:
Bufarah fala sobre a interatividade no rádio no Brasil:
O fato mais interessante, no meu ponto de vista, ao observarmos o avanço das tecnologias que suportam a comunicação(radio, tv, internet) é que o ser humano ainda é o mesmo e a procura por conteúdo ainda é a mesma(E provavelmente sempre será). Muito bom o post!!
ResponderExcluir